Atualmente, o critério da IAAF (2005) define as Corridas de Rua, como provas de pedestrianismo disputadas em circuitos de rua, avenidas e estradas com distâncias oficiais variando entre 5 e 100 Km.
Muitos conhecem a legendária narrativa do mensageiro ateniense Filípides que correu 40 km pelo campo de Maratona na Grécia para transmitir o recado que os Persas haviam sucumbido ao exército grego nas guerras Médicas (história revivida no filme 300 de Esparta).
No entanto, séculos antes, faraós egípcios promoviam corridas de 100 km para manter seus exércitos em boa forma. Hoje, representada pela Ultramaratona “Pharaonic 100 km” entre as pirâmides de Hawara e Sakkara próximas a Cairo no Egito.
As “corridas de pedestres” mais modernas talvez tenham sua origem nos “footman” do século XVI no Reino Unido que seguiam correndo ao lado de carruagens guiando os cavalos para desviarem de troncos e buracos no caminho.
Em 1837 foi registrada a primeira corrida de fundo (84 Km) com classificação e medida de tempo entre Londres e Brighton (Reino Unido). Já em 1881, houve outra prova no Reino Unido com 40 km, em Stamford Bridge e outra com a mesma distância na Hungria.
No Brasil, a São Silvestre que ocorre todo dia 31 de dezembro, criada em 1924 é uma das mais antigas. Inicialmente disputada apenas por brasileiros, foi aberta a sul-americanos em 1945 e para o restante das nacionalidades a partir de 1947.
Sempre ouvimos que exercício físico é importante e que é bom para nossa saúde. Mas é necessário compreendermos que o exagero pode causar danos, assim como as restrições que existem devido a certas patologias do nosso organismo.
Estudos recentes mostram que corredores leves já alcançam benefícios substanciais com 75 min/semana de corrida que leva a 25 a 40% de diminuição no risco de morte precoce (antes da terceira idade), 45 a 70% menor risco de morte por doença cardiovascular e 30 a 50% menor risco de morte por câncer.
Além da associação proporcionalmente inversa da capacidade física com o desenvolvimento de diversos tipos de doenças neurológicas como Alzheimer, um estudo de 2017 da Mayo Clinic mostrou que aumento de cerca de 12% da capacidade física (medida em MET – equivalentes metabólicos) corresponde à diminuição em 8% no risco de desenvolver Alzheimer ou outros tipos de demência.
Destacam-se ainda o controle das doenças relacionadas à síndrome metabólica com diminuição da obesidade, Diabetes tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemia, etc.
Com base em diversos estudos, a Academia Americana de Medicina Esportiva apresenta a seguinte recomendação para prática de exercícios físicos (não apenas corridas):
Parece comprovado que pessoas com problemas articulares como pequenas lesões da cartilagem ou nos meniscos sofrem uma piora intensa e um envelhecimento precoce das articulações com atividades de alta intensidade como maratonas. No entanto, práticas moderadas de atividade física comprovadamente não causam desgaste da articulação e mesmo treinos mais intensos em joelhos saudáveis, comprovadamente não levam a um desgaste precoce ou osteoartrite.
A frequência de lesões em corredores varia de 24 a 65% ao ano, porém, quando analisamos isoladamente os ultramaratonistas, a incidência anual de lesões chega a 90%.
Os locais mais acometidos são joelho (42,1%), pé/tornozelo (16,9%), perna (12,8%), quadril/pélvis (10,9%), tendão de Aquiles/ panturrilha (6,4%), coxa (5,2%) e coluna lombar (3,4%).
As lesões por estresse/overuse são as maiores vilãs destes atletas resultando em Síndrome fêmoro-patelar com dor anterior no joelho, Síndrome da fricção da banda iliotibial nas coxas, fasceíte plantar dos pés, lesões dos meniscos nos joelhos e Síndrome do estresse tibial ou “canelite”.
As lesões na corrida podem ser devidas às cargas mecânicas repetitivas (overuse), às anormalidades ou desbalanços metabólicos (principalmente, anemia, amenorreia, osteopenia e hipertermia) e às causas externas ou traumáticas como entorses, fraturas, mordidas de cães, colisões de trânsito, etc.
As lesões de causa interna ocorrem por um desequilíbrio entre o esforço a que o atleta é submetido e a capacidade de o corpo tolerar tal solicitação. Isso pode ocorrer por falta de condicionamento físico ou, mais comumente, por falta de tempo suficiente para o corpo descansar, se recuperar e se adaptar àquela solicitação. Por exemplo, a recuperação energética completa de um músculo após um treino intenso leva aproximadamente 36 horas. Portanto, antes ou depois de um esforço mais intenso, como uma competição, devemos intercalar pelo menos 2 dias de treinos leves ou sem esforçar o mesmo grupo muscular.
O mesmo ocorre com o aumento acelerado da carga de treino semanal que pode levar a fraturas de estresse devido ao metabolismo ósseo “não vencer a solicitação do treino”. As fraturas de estresse são mais frequentes na tíbia, colo do fêmur e metatarsos de atletas de corridas de longa distância e de recrutas militares e se caracteriza por dor de progressão lenta e persistente por várias semanas.
O mais importante para se ter uma vida longa no esporte é identificar lesões em potencial e saber dosar os treinos e descansos.
O acompanhamento por profissional de Educação Física capacitado e a informação sobre os treinos ajudam muito a diminuir a chance de lesões. Uma grade de treino bem montada leva em conta o rodízio dos grupos musculares e tempo de descanso adequado durante o treino e entre os treinos.
Tempo de sono e alimentação correta também não podem faltar. As cãibras, por exemplo, apesar de muitas pessoas acreditarem que seja causada por falta de potássio (encontrado na banana) não é a falta deste eletrólito que causa as câimbras em atletas. As principais causas de cãibras (inclusive em não atletas) são estafa, desidratação, a falta de alongamento ou sono inadequado.
Portanto, não existe “mágica” quando falamos de desempenho físico e nem de treino para ganho de saúde. É preciso disciplina, dedicação e atenção para respeitar o tempo de evolução do treino e saber a hora de descansar ou de fazer um treino mais leve assim como a hora de aumentar o ritmo.
Se você já pratica alguma atividade física e costuma ter dores persistentes, pode ser um aviso do seu corpo de que algo está errado. Neste caso, é essencial avaliar possíveis lesões, desbalanços musculares e até erros de treino.
Se o sedentarismo domina sua vida, saiba o quanto está perdendo de saúde e de qualidade no seu dia-a-dia e programe-se para começar a viver mais e melhor!
Luis Fernando, via Google
Eu agradeço a Deus por ter feito a cirurgia com o Dr Guilherme, eu passei com 3 médicos e nenhum outro me passou a confiança e qual era realmente o problema que tinha no meu ombro direito.
R. Mendonça, via Google
Sou esportista e há 8 meses estou com uma lesão no ombro e cotovelo esquerdo em decorrência do trabalho, busquei cuidados com outro profissional, mas não houve êxito no tratamento.
Célio Pires, via Google
O doutor Guilherme é muito atencioso e tirou todas as minhas dúvidas em relação ao diagnóstico e o tratamento da minha lesão. Revisou o meu treino da academia e ajudou a adaptar os movimentos. Sem apressar a consulta.
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