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Afinal, qual o melhor tratamento para Epicondilite Lateral?

nov. 24, 2020
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A Epicondilite lateral é a causa de dor mais frequente do cotovelo. Também chamada de cotovelo do tenista, ela é considerada uma doença desenvolvida por sobrecarga ou esforço repetitivo, pode ainda ser doença ocupacional ou devida ao esporte.

Existem várias opções de tratamento que um(a) ortopedista poderá recomendar após avaliação. Mas qual seria a melhor opção terapêutica para curar essa “dor no cotovelo”? Fisioterapia? Imobilização? Estimulantes do colágeno? Infiltração? Cirurgia? Restrição do esporte?


No texto abaixo vamos discutir as indicações para cada tratamento.


Epicondilite e tendinite

Embora ambos os termos epicondilite e tendinite signifiquem inflamação, existe uma diferença importante entre uma tendinite comum e a epicondilite lateral do cotovelo. Na epicondilite lateral, além do processo inflamatório da tendinite, ocorre uma resposta fibroblástica e vascular, conhecida como degeneração angiofibroblástica.


Isto quer dizer que a epicondilite ocorre por inflamação + uma falha na cicatrização do tendão que leva à formação de um tecido defeituoso que atrapalha regeneração das estruturas doentes.


Deste modo, as alterações iniciais que são caracterizadas por microrupturas das fibras de colágeno, podem avançar para lesões (macroscópicas) de até alguns centímetros nos tendões (rotura). Os tendões extensores são os mais acometidos.


Cotovelo de tenista

Movimentos repetitivos como segurar uma raquete durante um jogo podem forçar os músculos e colocar muita tensão nos tendões.


Quando não acontece a regeneração tecidual adequada e a sobrecarga é mantida, podem surgir fissuras microscópicas no tecido (fase inicial). Quando o problema perdura, lesões maiores ocorrem.


O cotovelo de tenista é dificilmente encontrado em um tenista profissional. Nesse esporte a epicondilite desenvolve-se no movimento de backhand. Especificamente no final desse movimento. Outro fator que pode contribuir para o problema é o grip (agarre na raquete) do tamanho errado.


Um tenista amador move o punho com o objetivo de aumentar a amplitude de movimento da raquete. Já o tenista profissional posiciona-se melhor em quadra para executar o movimento com o ombro e não com o punho e evita lesões.


Ainda que chamada de cotovelo de tenista, a epicondilite lateral ocorre com maior frequência em não praticantes deste esporte.


Tratamentos para epicondilite lateral

O tratamento é um processo individualizado que tem por finalidade a melhoria dos sintomas e a recuperação da lesão e da função do membro.


Para tudo isso ocorrer, precisamos da percepção correta da fase em que se encontra a patologia e dos fatores que a provocaram, da gravidade da lesão, da motivação e das expectativas do doente, da disponibilidade de tratamentos e da eficácia de cada uma das diversas opções de tratamento.


Infiltração

Infiltração no cotovelo funciona para tratar epicondilite lateral?


Infiltração quer dizer que vamos inserir a medicação no órgão. No caso da epicondilite lateral a medicação é introduzida na articulação do cotovelo onde existe a degeneração da inserção dos tendões de punho e cotovelo.


A infiltração depende do que vai ser colocado como medicação. Os tratamentos hoje são muito variados.


Uma droga muito utilizada é o corticoide, um anti-inflamatório. Porém ele atrapalha a cicatrização. Quando o corticoide é usado num tendão inflamado, num tendão que tá tentando se recuperar, ou cicatrizar a gente vai conseguir tirar a inflamação, isso promove uma melhora dos sintomas a curto prazo. Mas para cicatrizar os tecidos degenerados e possibilitar retorno completo da força e função o corticoide pode não ser uma boa opção


Colágeno e Ácido hialurônico

Boa parte dos casos a gente vai pensar em medicação que possa promover a cicatrização. Então buscamos medicações que estimulem a formação de colágeno e os fibroblastos (células que formam tendão). Aí a gente está falando de ácido hialurônico, principalmente. Este composto deve ser aplicado diretamente na região a ser regenerada para estimular a cicatrização adequada dos tecidos.


Existem, ainda formulações por via oral com colágeno que podem auxiliar em alguns casos, apesar de ainda estarem sendo investigadas mais a fundo as evidências científicas de sua eficácia.


Qual o melhor tipo de cirurgia para epicondilite lateral e quando ela é necessária?

Temos basicamente dois tipos de cirurgia para epicondilite lateral: ambas são parecidas mas a via é diferente.


Artroscopia é uma cirurgia onde o(a) cirurgião(a) faz 2 ou 3 furinhos de aproximadamente 1cm na região do cotovelo e insere uma câmera para realizar o reparo das lesões com auxílio do vídeo.


O objetivo é a retirada da lesão (cicatriz degenerada que atrapalha a regeneração). Em alguns casos, podem ser realizados pontos lá dentro para costurar os tendões rasgados (sutura).


Outra possibilidade é a realização da chamada cirurgia aberta, com um corte maior, geralmente cerca 5 cm, onde se busca o tecido degenerado e o retira, podendo também se fazerem pontos para costurar as lesões.


Quando é melhor realizar o procedimento artroscópico e quando a cirurgia é a melhor opção?


A técnica aberta é utilizada quando se sabe que o problema está externo à articulação. Esta cirurgia também é um pouco mais simples tecnicamente, e exige menos preparo.


A modalidade artroscópica nos dá possibilidade de investigar outras causas, como um ligamento redundante (plica sinovial), um corpo livre, uma lesão de cartilagem, inflamação e sinovite articular – a artroscopia é indicada quando queremos observar mais detalhes da articulação além do problema da epicondilite, quando existe treino adequado do cirurgião e quando se buscam cicatrizes menores.


A cirurgia é indicada quando não há sucesso no tratamento conservador ou seja tratamento não invasivo. A falha do tratamento sem cirurgia é incomum na nossa experiência.


Enquanto o tratamento sem cirurgia tem resultados ótimos em quase todos casos após algumas semanas e quando bem estruturado, mesmo a cirurgia para epicondilite lateral tem mais de 90% de sucesso se for bem indicada e bem feita.


A indicação de cirurgia acontece para casos em que o tratamento conservador não consegue devolver a potência funcional e força para o(a) paciente, assim como casos de lesões extensas.


Fisioterapia

A fisioterapia que inclui exercícios de fortalecimento muscular e alongamento são frequentemente utilizados como terapêutica de primeira opção da Epicondilite lateral.


Foi demonstrado que as fases de exercício excêntrico apresentam maior benefício quando comparados às fases de exercício concêntrico, secundárias ao aumento do aporte sanguíneo, prevenção da lesão na área vulnerável e neovascularização.


Alguns estudos sugerem que o uso desta terapêutica é útil na redução da dor, não demonstrando a mesma utilidade quando avaliada a força de preensão.


Existem ainda técnica da fisioterapia que podem auxiliar na diminuição da inflamação e controle da dor.


Conclusão

A epicondilite lateral é uma patologia frequente e incapacitante que provoca dor, disfunção e impacto em várias dimensões da vida da pessoa atingida.


Várias opções de tratamento têm sido sugeridas e investigadas de forma a obter uma terapêutica eficiente. Porém, cada paciente apresenta diferenças consideráveis no estilo de vida, prática esportiva, condição biológica e extensão da lesão que devem ser levadas em conta para elegermos a melhor forma de resolver este problema.


Uma entrevista e exame físico cuidadosos devem ser realizados por ortopedista especializado(a) para oferecer o melhor tratamento para cada caso de epicondilite lateral.


De modo geral, diz-se que quanto menos invasivo o tratamento melhor. Mas é o(a) médico(a) e sua equipe que avaliando seu caso individualmente poderão afirmar qual o melhor tratamento para epicondilite lateral para você.



Conheça o Dr. Guilherme Noffs

Dr. Guilherme atende em consultório particular como ortopedista de Ombro e Cotovelo e Especialista em Terapias da Dor no Hospital Albert Einstein Perdizes e na Clínica SEBE, Vila Mariana.


Além disso, atua no atendimento de urgências no Hospital Albert Einstein e realiza cirurgias nos Hospitais Sírio-Libanês, São Luiz - Rede D'Or e São Camilo.

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