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Como prevenir o cotovelo do golfista (epicondilite medial)?

30 de março de 2021
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O cotovelo do golfista, que nos termos médicos chamamos de epicondilite medial, é um tipo de tendinite que afeta os tendões flexores dos dedos, do punho e do antebraço e causa dor na parte de dentro (medial – alinhado com o dedo mínimo) do cotovelo.

Este grupo de tendões e músculos são responsáveis por promover a flexão dos dedos e o agarre, bem como a estabilização dos punhos para puxadas.


Inclusive, caso os tendões inflamados não recebam tratamento, podem romper na região do cotovelo junto à sua inserção no epicôndilo medial (uma parte do osso do braço, o úmero).

Em linhas gerais, esta patologia ocorre devido aos movimentos repetitivos e sobrecargas durante as atividades e, normalmente, é uma lesão muito associada à musculação, CrossFit, artes marciais, remo e outras modalidades com levantamento de peso ou agarre. O tênis e o golfe (menos praticados no Brasil) também podem causar o problema.


Além disso, pessoas que trabalham com atividades como agricultura, jardinagem, construção civil e linha de montagem também podem sofrer deste mal.


Quais os principais sintomas do cotovelo do golfista?

Um dos principais sintomas da lesão é a dor na parte interna do cotovelo, que pode irradiar para o antebraço até os dedos das mãos.


Além disso, em alguns casos o paciente pode sentir formigamento no antebraço e nos dedos quando o problema se associa à compressão do nervo ulnar no cotovelo na síndrome do túnel cubital, frequentemente associada à epicondilite medial. Nesta síndrome de compressão do nervo ulnar, os sintomas costumam ser mais intensos após períodos com o cotovelo flexionado ou em posições em que tenha apoio sobre a região do cotovelo. 


Outro sintoma é a perda de força para fazer atividades simples, como por exemplo, segurar uma garrafa ou abrir uma torneira. O paciente poderá também sentir rigidez no cotovelo, sendo difícil de dobrá-lo ou esticá-lo.


Como prevenir a lesão?

A prevenção da epicondilite medial está relacionada, principalmente, às seguintes atividades:


  • Alongamento;
  • Fortalecimento muscular;
  • Descanso adequado;
  • Revisão das técnicas esportivas utilizadas.


No geral, a combinação destas práticas poderá fazer a diferença na prevenção do cotovelo do golfista.


Assim, para a prevenção destas lesões indicamos fazer alongamentos para os braços antes e depois das atividades, além de manter os músculos da região fortalecidos, pois assim eles protegem os tendões das sobrecargas.


No entanto, para toda atividade praticada, mesmo os exercícios de fortalecimento, indicamos que se façam intervalos, permitindo a recuperação das estruturas da região demandada.


Além disso, caso você sinta dores nesta área do corpo, uma boa medida é fazer compressa de gelo no local por cerca de 20 minutos de modo a diminuir a inflamação e proporcionar um ambiente mais saudável para os tendões.


Devemos lembrar que você não precisará renunciar à prática esportiva que te dá prazer. Na maior parte das vezes, após avaliação detalhada e orientação de um especialista, a melhoria da consciência corporal, o reequilíbrio musculotendíneo e algumas medidas relacionadas ao treino e ao período de descanso costumam resolver o problema.


Todas as medidas acima citadas irão auxiliar e será preciso um ortopedista especialista para avaliar se não cabem melhorias em seus movimentos, analisar os desbalanços musculares e entender se seus equipamentos estão adequados.


Se mesmo diante destas medidas você sentir dores persistentes na região, existem ainda tratamentos (com ácido hialurônico por exemplo) que podem estimular a cicatrização dos tendões, aumento da formação de colágeno local e regeneração do tecido danificado – pergunte ao seu especialista! 


E se eu sofrer a lesão, como será o diagnóstico e o tratamento?

O diagnóstico do cotovelo do golfista envolve a avaliação da história do paciente com compreensão dos sintomas e atividades praticadas, bem como a execução de testes físicos específicos para cada paciente e cada queixa.


Além disso, podemos solicitar exames de imagem, como ultrassom e ressonância magnética para confirmar o diagnóstico e avaliar a extensão da lesão.


O tratamento terá como objetivo principal regenerar o tecido lesionado para resultar na resolução da dor e demais sintomas nos cotovelos (não apenas tirar a dor por um curto período).


Assim, podemos sugerir que o paciente faça repouso da região acometida por um período e siga com treino para demais grupos musculares ou mesmo dê intervalos maiores entre os treinos.


Outra ação que costuma apresentar bons resultados para alívio de sinotmas é a realização de compressas de gelo e, se for o caso, intercalá-las com compressas quentes.


Para casos mais evoluídos, podemos indicar a aplicação local de ácido hialurônico e o uso de órteses, que são imobilizações removíveis para punho ou cotovelo, de modo a garantir um maior repouso do local. Esta combinação tem por objetivo cicatrizar os tendões e regenerar as lesões.


A fisioterapia também será útil para a reabilitação do paciente, com atividades de alongamento, fortalecimento e analgesia da região.


Além disso, é importante diagnosticar e tratar desbalanços mecânicos (fraqueza ou falta de alongamento de algum grupo muscular do antebraço) que podem estar relacionados à epicondilite medial.


Na grande maioria dos casos, estes tratamentos costumam ser suficientes.


No entanto, caso estas técnicas menos invasivas não surtam os efeitos desejados, podemos precisar reconstruir através de cirurgia as estruturas danificadas. Neste procedimento, realizamos um pequeno corte de aproximadamente 3 cm para acessar a região, retirarmos a cicatriz fibrosa que atrapalha a formação do tendão saudável e montamos um reforço que reconstitui a anatomia original.


Sobre a infiltração do cotovelo com medicação antiinflamatória (corticóides), vale lembrar que é útil para diminuir a dor em boa parte dos casos, porém não tem por objetivo promover regeneração nos tendões e por isso pode ser prejudicial para pessoas com alguns tipos de lesão e deve ser indicada com parcimônia.


Já as aplicações locais de estimuladores do colágeno, como o ácido hialurônico, podem apresentar menor alívio imediato da dor, porém tem por objetivo a regeneração da estrutura do tendão e tem resultados a médio e longo prazo mais satisfatórios para maior parte dos pacientes. 

 

Como vimos, o cotovelo do golfista, apesar do nome, pode acometer praticantes de diversas atividades.


Caso você sinta os sintomas que citamos neste texto, não demore para procurar um médico especialista.


Quanto antes você iniciar o tratamento, melhor!

Conheça o Dr. Guilherme Noffs

Dr. Guilherme atende em consultório particular como ortopedista de Ombro e Cotovelo e Especialista em Terapias da Dor no Hospital Albert Einstein Perdizes e na Clínica SEBE, Vila Mariana.


Além disso, atua no atendimento de urgências no Hospital Albert Einstein e realiza cirurgias nos Hospitais Sírio-Libanês, São Luiz - Rede D'Or e São Camilo.

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