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Ombro deslocado: a lesão é pior no idoso ou no jovem?

mar. 03, 2022
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Será que o ombro deslocado é pior no idoso ou no jovem? Neste texto abordamos o assunto.


Inicialmente, devemos compreender que, nos termos médicos, chamamos o deslocamento do ombro de luxação do ombro.


A luxação de ombro é uma lesão que acontece quando esta articulação se desencaixa. Ou seja, o úmero (osso do braço) se desloca em relação à glenóide (parte da escápula que serve para articular o tronco com o braço).


Ao sofrer uma luxação, o paciente sente dor intensa e dificuldade de movimentação, além do ombro poder ficar com aspecto deformado.


Esta é uma lesão séria que pode trazer danos a outras estruturas, como por exemplo, os tendões.


Além disso, caso ocorram recidivas, o paciente poderá ter um desgaste precoce do ombro com perda da função e dor limitante para atividades (artrose ou osteoartrite).


Tipos de luxação e suas lesões associadas


A articulação do ombro pode sofrer 2 tipos de luxação, a anterior e a posterior, sendo que cada uma poderá desencadear lesões específicas.


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Podemos citar as principais lesões do ombro associadas à luxação:


Lesão de Bankart


Ocorre na luxação anterior quando, ao sair do lugar, a cabeça úmero machuca o labrum da glenóide.  Em alguns casos, pode ocorrer do deslocamento levar também um pedaço de osso e, então, teremos a lesão de Bankart óssea.


Se esta lesão ocorrer devido uma luxação posterior, recebe o nome de lesão de Bankart reversa.


Lesão de Hill-Sachs


Quando o úmero sofre uma luxação anterior, pode ocorrer de a cabeça do úmero se chocar contra a borda da glenoide e sofrer uma fratura por afundamento conhecida como lesão de Hill-Sachs.


Caso essa mesma lesão ocorra, mas devido a uma luxação posterior, chamamos de lesão de Hill-Sachs reversa ou Lesão de Mclaughlin.


Lesão SLAP


Quando a luxação ou a subluxação do ombro gera uma lesão no labrum da glenóide no local da inserção da cabeça longa do bíceps, temos a lesão do tipo SLAP (Superior Labral Anterior to Posterior).


No entanto, o SLAP é uma lesão que também ocorre muito comumente em pessoas que não sofreram a luxação do ombro.


Lesões nas estruturas do manguito rotador


Além das lesões mais comuns citadas acima, há o risco do paciente sofrer danos nas estruturas do manguito rotador.


O manguito rotador é um conjunto de quatro músculos (supraespinhal, infraespinhal, subescapular e redondo menor) e seus respectivos tendões que circundam a articulação do ombro.


Estas estruturas são responsáveis pela estabilização da articulação, bem como pela sua movimentação, como o motor do ombro, possibilitando a rotação do braço em torno de seu eixo, além de levá-lo acima da cabeça ou colocá-lo atrás do corpo nas costas.


Caso ocorra uma luxação do ombro com lesão dos tendões do manguito rotador, suas funções normais ficarão prejudicadas. 


Além disso, o paciente poderá sentir dor e fraqueza, dependendo do tipo de lesão sofrida e do seu quadro clínico.


O ombro deslocado é pior no idoso ou no jovem?


Para avaliar a luxação em jovens e idosos, precisamos levar dois principais fatores em consideração: as chances de recidivas e as possíveis lesões associadas.


Em pacientes jovens, o ombro deslocado tende a causar as lesões de Bankart ou Hill-Sachs que, quando não são devidamente cicatrizadas, geram uma instabilidade local, aumentando o risco de recidivas.


Além disso, nos jovens, os ligamentos e as cartilagens tendem a ser mais flexíveis, o que pode tornar a chance de recidiva ainda maior.


As recidivas são preocupantes, pois, quanto mais ocorrem, mais danos à cartilagem de revestimento da cabeça do úmero e da glenóide irão sofrer. Isso pode resultar em degeneração precoce do ombro (artrose precoce) com dor, diminuição da amplitude de movimento e da força.


Já nos casos dos idosos, as lesões de Bankart ou Hill-Sachs também podem ocorrer. No entanto, o organismo tende a gerar um tecido cicatricial mais rápido, o que faz com que a chance da luxação ocorrer novamente seja muito menor.


A maior preocupação da luxação de ombro em idosos é a chance de ocorrência de lesões nas estruturas do manguito rotador.

Isso porque, pacientes idosos já possuem maior rigidez articular e os tendões possuem menos colágeno e elasticidade, além de ter um trofismo muito menor na maior parte das pessoas.


Então, os tendões do manguito rotador podem romper com mais facilidade devido uma luxação em um paciente idoso do que em um paciente jovem.


Danos ou rompimento dos tendões podem causar dor, fraqueza e falta de mobilidade no ombro.  


Nos casos em que existe alteração da estrutura do tendão, o corpo inicia o processo de cicatrização e pode ocorrer endurecimento e atrofia do tendão acometido. Quando este enrijecimento e atrofia não são tratados adequadamente, o processo se torna irreversível.


Como será o tratamento da luxação?


O tratamento do ombro deslocado irá depender de diversos fatores, como a idade do paciente, o tipo e a gravidade das lesões sofridas.


A depender de cada caso, faremos um tratamento conservador ou cirúrgico.


Normalmente, iniciamos com o tratamento conservador com uso de tipoia para imobilizar o ombro e controlar a inflamação.


Após esse período inicial, em muitos casos, atuamos no fortalecimento da musculatura que estabiliza o ombro (músculos do manguito rotador, principalmente) para proporcionar um controle satisfatório das luxações.


No entanto, caso a instabilidade no ombro e as lesões causadas resultem em uma articulação sem funcionamento adequado, a cirurgia será indicada.


Temos um artigo sobre o tratamento para luxação do ombro e você poderá ler mais clicando aqui.

 

Um dos pontos de maior atenção é a necessidade de iniciar o tratamento da luxação do ombro logo após o primeiro evento, independente da idade do paciente, de modo a evitar danos maiores e até irreversíveis.


Assim, caso você sofra esta lesão, procure atendimento de um ortopedista especialista em ombro o quanto antes!


Conheça o Dr. Guilherme Noffs

Dr. Guilherme atende em consultório particular como ortopedista de Ombro e Cotovelo e Especialista em Terapias da Dor no Hospital Albert Einstein Perdizes e na Clínica SEBE, Vila Mariana.


Além disso, atua no atendimento de urgências no Hospital Albert Einstein e realiza cirurgias nos Hospitais Sírio-Libanês, São Luiz - Rede D'Or e São Camilo.

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