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Reparo do manguito rotador no jovem: entenda

17 de março de 2022
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Uma lesão com rotura do manguito rotador em uma pessoa jovem pode parecer algo muito simples ou muito complexo, mas nenhum dos dois pontos de vista costumam retratar a realidade.


Isso porque, pode ser muito diferente para diferentes pessoas e tipos de lesão. No entanto, sabemos que rotura do manguito rotador em jovens não é algo frequente e nunca deve ser negligenciada (sabe aquele “daqui uns anos, eu vejo isso”? Não faça isso!!!).


Uma lesão no manguito rotador pode gerar muitos desconfortos ao paciente. Normalmente, a dor é o principal sintoma, mas lesões do manguito rotador podem dificultar ou até impedir movimentos do ombro.


Além disso, quando algum dos tendões do manguito rotador apresenta um problema, pode acontecer uma sobrecarga em estruturas próximas. Isso pode gerar outros problemas, como dor miofascial, dores musculares, tendinites e bursites. Além disso, quando uma estrutura está lesionada, as demais estruturas tendem a “pagar o preço” com hipersolicitação e, após certo tempo, lesões e roturas também,


Interessante lembrar que em pacientes mais jovens e bem condicionados, algumas lesões nas estruturas do manguito rotador podem causar menor limitação das atividades e menos dor porque os outros músculos e tendões podem “suprir e compensar” as necessidades mecânicas da articulação e a manter funcionando bem.


Neste ponto, é essencial compreendermos o que é o manguito rotador.


Essa é a estrutura formada por 4 músculos e seus respectivos tendões que circulam a articulação do ombro: supraespinhal, infraespinhal, subescapular e redondo menor e podemos dizer que é motor do ombro.


Seu papel é essencial tanto no movimento quanto na estabilização da articulação. São as estruturas do manguito rotador que permitem a rotação do braço em torno de seu eixo, além de levantá-lo acima da cabeça ou colocá-lo atrás do corpo nas costas.


Lesões destas estruturas são comuns em idosos, sendo o tendão supra espinhal o mais frequentemente acometido, seguido do subescapular e do infraespinhal.


Já o tendão do redondo menor raramente é acometido e, quando isso ocorre, a lesão costuma afetar também a porção longa do bíceps.


Normalmente, a lesão do manguito rotador no jovem ocorre ou pela sobrecarga das estruturas, devido a traumas decorrentes de acidentes ou (mais comumente) conflitos anatômicos (síndrome do impacto subacromial, por exemplo).


A sobrecarga pode se dar pela execução errada ou repetitiva de movimentos ou pelo uso de cargas inapropriadas, maiores do que as estruturas podem suportar.  


Por exemplo, estas lesões podem ocorrer em pessoas que têm trabalhos que demandem dos ombros, como pintores, professores que escrevem em lousa e carpinteiros. Além disso, pode acometer atletas de esportes como vôlei, tênis, escalada e natação.


Já a lesão por trauma ocorre quando o paciente sofre uma pancada, queda, ou um esforço muito grande que causa danos na estrutura de algum dos tendões do manguito rotador.


Como será o reparo do manguito rotador no jovem?


A maior parte das lesões é de tratamento SEM CIRURGIA. Ou seja, imensa maioria dos paciente tem um resultado extremamente satisfatório com técnicas não invasivas que visam restabelecer as estruturas lesionadas, regenerar as lesões através de reabilitação motora, ácido hialurônico aplicado na lesão, etc.


A cirurgia do manguito rotador é indicada muito mais raramente e será individualizada, ou seja, ocorrerá com base em diversos fatores, como a idade do paciente, o tipo e grau da lesão.


Normalmente, um paciente jovem possui tecidos saudáveis nos músculos e tendões da região, o que facilita a cirurgia.


Então, buscamos corrigir os defeitos anatômicos, por exemplo, a síndrome do impacto ou o impacto subacromial, e fazemos uma costura mais reforçada na região.


Nos pacientes mais jovens, conseguimos fazer o que chamamos de costura de dupla fileira nas estruturas, ou seja, distribuímos melhor a força para dar muito mais resistência para aquela sutura. Esta técnica costuma apresentar bons resultados, pois esses pacientes têm uma boa cicatrização e podem retornar às suas atividades como musculação, natação, crossfit, etc já após poucos meses de cirurgia.


Além disso, costumamos realizar a cirurgia por artroscopia. A artroscopia é um método que apresenta algumas vantagens por ser minimamente invasiva, ou seja, trata diversas patologias do ombro com eficiência e mínima agressão ao corpo. A cicatriz da artroscopia é praticamente imperceptível e a recuperação é rápida e menos dolorosa que outras cirurgias por via aberta, por exemplo.


Como é a recuperação da cirurgia?


Pode ocorrer do paciente estar ansioso pela sua recuperação para poder retomar sua rotina. No entanto, será preciso ter cautela e fazer um retorno gradual e consciente para as atividades.


O pós-operatório da cirurgia do manguito rotador vai depender de uma série de fatores, como o tipo de lesão tratada, a técnica utilizada e o quadro de saúde do paciente.


Geralmente, será necessário usar tipoia por 2 a 3 semanas e, após o período indicado, o paciente poderá iniciar a movimentar o cotovelo.


Então, com cerca de 2 semanas de cirurgia ele já poderá fazer algumas atividades de reabilitação com fisioterapia e manter maior parte do tempo sem tipoia e realizando suas atividades habituais como usar o computador para lazer e usar talheres com o braço operado, etc.


Será após cerca de 2 meses que indicaremos o início das atividades de fortalecimento em academia de musculação por exemplo e, dependendo da evolução do paciente, em cerca de 3 meses ele poderá retomar a prática esportiva.


Caso você queira ler sobre a realização de musculação após a cirurgia do manguito rotador, temos um artigo que aborda esta questão.


No entanto, precisamos deixar claro que tudo irá variar conforme o grau de recuperação do paciente. Somente o ortopedista responsável pelo caso poderá dar as devidas orientações.


Por isso, é essencial você contar com um médico de confiança para te auxiliar desde a cirurgia até sua reabilitação!


Conheça o Dr. Guilherme Noffs

Dr. Guilherme atende em consultório particular como ortopedista de Ombro e Cotovelo e Especialista em Terapias da Dor no Hospital Albert Einstein Perdizes e na Clínica SEBE, Vila Mariana.


Além disso, atua no atendimento de urgências no Hospital Albert Einstein e realiza cirurgias nos Hospitais Sírio-Libanês, São Luiz - Rede D'Or e São Camilo.

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