Todos já passamos por alguma situação de dor. A dor nos domina, nos deixa incapacitados quando é muito intensa e nos impede de fazer até as coisas mais simples. Isto não é psicológico, não é impressão da pessoa, nem é uma questão cultural. Acontece por uma série de alterações do corpo que vamos explicar.
A dor chega ao nosso cérebro através dos neurônios que são células especializadas em transmitir impulsos nervosos no nosso corpo.
Além de transmitir os impulsos nervosos, eles têm aparelhos especializados para sentir estímulos.
A pele, por exemplo, tem alguns receptores que ficam logo abaixo da camada mais superficial na epiderme. Esses aparelhos receptores são como terminações livres dos neurônios sensíveis a estímulos mecânicos, térmicos e químicos. Logo, conseguem sentir alterações de pressão, temperatura e algumas substâncias químicas.
Na primeira fase da formação do estímulo doloroso ocorre a transdução. É quando aqueles aparelhos especializados do neurônio entendem que aconteceu um estímulo nocivo.
Na segunda fase, que é a transmissão, o estímulo percorre o caminho desde a região estimulada, passa pela medula espinhal e alcança o tálamo no cérebro. Para isto acontecer, um neurônio periférico (gânglio dorsal da medula espinhal), chega na região da medula espinhal e faz uma primeira sinapse para transmitir a informação ao neurônio seguinte que conduz até nosso encéfalo.
>A sinapse é quando um neurônio “conversa” com outro neurônio, é quando o impulso nervoso é transmitido de uma célula nervosa para o outra.
Então, significa que o estímulo doloroso é “identificado na periferia do corpo”, carregado por pelos neurônios para a coluna e daí sobe até a região do cérebro, mais especificamente o tálamo.
O tálamo fica na parte de inferior do cérebro e é como uma “central telefônica”, ele recebe os impulsos e distribui para os locais adequados.
O tálamo recebe os estímulos da medula respectivos à dor e retransmite a informação para diversas regiões do cérebro. Neste momento, podemos ter sudorese , medo, raiva devido à dor por causa dos estímulos que alcançam o sistema límbico, por exemplo, mesmo antes de entendermos direito o que aconteceu.
Na região central do cérebro, está o sistema límbico que modula a ansiedade e raiva, fuga ou luta e também atua na sensibilidade à dor para proteção do ser humano em uma situação de perigo.
O córtex é a parte do cérebro onde raciocinamos e quando o estímulo chega até lá, finalmente acontece a percepção. Quando a informação alcança nossos cérebros e raciocinamos comparando esta dor (este estímulo) com as diversas experiências prévias que nós tivemos. Neste momento também pensamos no mal que aquilo pode estar fazendo – é um complexo de raciocínios, experiências e sensações para criar a percepção que pode ter influências culturais, se relacionar a experiências e traumas prévios, etc.
É interessante entender que tudo isto acontece quase instantaneamente.
Antes do cérebro receber a informação acontece a modulação. Podemos dizer que é a interferência involuntária realizada “automaticamente” na região da medula (na maioria das vezes) e que “decide” quão intenso o estímulo deve ser transmitido ao córtex. Isto significa que existem patologias com problemas na modulação em que pessoas podem passar a ter distúrbios dolorosos não intencionais ou relacionados a traumas/experiências prévias e sim a distúrbio endógeno de produção de certas substâncias. Estas são pessoas mais “sensíveis à dor” por erros na modulação que deveria ocorrer. É possível atuar efetivamente nesta fase da formação do estímulo doloroso para diminuir a dor através de mediações, por exemplo.
A dor é um processo complexo que envolve a recepção do um estímulo, a transmissão dele até o cérebro para podermos entender e interpretar o que está acontecendo. A modulação aumenta ou diminui a intensidade para esse estímulo (por isso algumas pessoas têm maior ou menor sensibilidade à dor).
Logo após uma lesão que cause uma fratura, uma pancada forte em algum lugar do corpo ou uma lesão tecidual, começa uma fase de inflamação perto dos receptores dos neurônios (mediadores inflamatórios), o que deixa aqueles receptores mais sensíveis e transmitindo mais estímulos dolorosos.
Os antiinflamatórios, por exemplo, agem diminuindo estes mediadores (inibidores da cicloxigenase – COX, por exemplo).
Compressas geladas também diminuem a inflamação e por isso, temos menos destes mediadores o que melhora a dor.
Outros tipos de medicações agem diretamente no cérebro ajudando a “sentir menos o estímulo como doloroso” (como no caso dos opióides, por exemplo).
Mas o principal sempre é retirar a causa do dano tecidual que causa a dor, claro. Por isso, sempre buscamos diagnósticos detalhados e precisos.
Para dores crônicas (mais de 3 semanas) existem processos de sensibilização crescente das vias que transmitem o impulso neural, além de novas áreas do córtex cerebral que podem ser influenciadas pela dor comprometendo ainda mais funções vitais e qualidade de vida.
Neste texto discutimos por quê sentimos dor, entendemos como algumas medicações podem agir, além do papel dos neurônios, das vias de transmissão da dor e da nossa percepção que pode ser bastante única e mudar de indivíduo para indivíduo.
Dr. Guilherme atende em consultório particular como ortopedista de Ombro e Cotovelo e Especialista em Terapias da Dor no Hospital Albert Einstein Perdizes e na Clínica SEBE, Vila Mariana.
Além disso, atua no atendimento de urgências no Hospital Albert Einstein e realiza cirurgias nos Hospitais Sírio-Libanês, São Luiz - Rede D'Or e São Camilo.
Luis Fernando, via Google
Eu agradeço a Deus por ter feito a cirurgia com o Dr Guilherme, eu passei com 3 médicos e nenhum outro me passou a confiança e qual era realmente o problema que tinha no meu ombro direito.
R. Mendonça, via Google
Sou esportista e há 8 meses estou com uma lesão no ombro e cotovelo esquerdo em decorrência do trabalho, busquei cuidados com outro profissional, mas não houve êxito no tratamento.
Célio Pires, via Google
O doutor Guilherme é muito atencioso e tirou todas as minhas dúvidas em relação ao diagnóstico e o tratamento da minha lesão. Revisou o meu treino da academia e ajudou a adaptar os movimentos. Sem apressar a consulta.
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