O ombro, uma das articulações mais versáteis do corpo humano, nos permite realizar uma grande variedade de atividades, desde tarefas cotidianas simples até complexos movimentos esportivos.
Entretanto, toda essa mobilidade e demanda o torna vulnerável a diversas lesões ou degenerações, que podem comprometer a integridade estrutural da articulação, levando a episódios de instabilidade.
Essa instabilidade, por sua vez, pode promover a formação de cistos como uma consequência do aumento de pressão intra-articular ou de alterações no fluxo de líquido sinovial.
Portanto, compreender essa interconexão é essencial, pois ela não apenas esclarece a natureza dos cistos paralabrais, mas também destaca a importância de abordar a instabilidade como parte do tratamento.
O cisto paralabral no ombro é definido como uma formação cística localizada próxima ao lábio da glenóide.
O lábio da glenóide é uma estrutura anatômica de cartilagem (como o menisco do joelho) que contribui para a estabilidade e flexibilidade do ombro.
Ele atua como um suporte para manter a cabeça do úmero posicionada dentro da cavidade glenoidal quando realizamos mobimentos mais amplos.
A presença de um cisto paralabral indica, na maioria das vezes, a ocorrência de um vazamento de líquido sinovial, que é um fluido presente em todas as articulações verdadeiras, responsável pela lubrificação e nutrição das mesmas.
Este vazamento de líquido sinovial é indicativo de uma falha na integridade da vedação articular associada a lesões na cartilagem que circunda a glenóide, responsável por manter a estabilidade e a vedação da articulação.
Para entender melhor, pense na função de uma borracha que veda o contato entre a tampa e uma panela de pressão - se ela estiver com defeito haverá vazamento e poderá haver instabilidade da tampa.
Portanto, embora o cisto paralabral em si raramente representa um problema primário, ele serve como um importante indicador de lesões subjacentes no labrum (ou lábio) da glenóide.
Em casos raros, o cisto pode estabelecer contato com nervos adjacentes à região, momento em que se torna uma fonte de sintomas adicionais.
Quando isso ocorre, o paciente pode experienciar dor, formigamento ou fraqueza na região do ombro.
Esses sintomas são reflexos da compressão nervosa provocada pelo cisto, requerendo uma avaliação detalhada para a determinação do tratamento mais adequado.
Assim, o diagnóstico de um cisto paralabral alerta para a necessidade de uma investigação cuidadosa das condições da cartilagem glenoidal e da estabilidade articular do ombro.
A manutenção da estabilidade do ombro é crucial para a execução de movimentos precisos e funcionais do braço.
Esta estabilidade é garantida por um conjunto complexo de estruturas anatômicas, que incluem não só os músculos e tendões do manguito rotador, mas também os ligamentos e o labrum da glenóide, elementos essenciais para o equilíbrio e mobilidade da articulação.
Quando ocorre uma subluxação do ombro, por exemplo, há um deslocamento parcial da cabeça do úmero em relação à glenóide, mantendo, no entanto, algum contato entre as superfícies articulares.
Este evento pode resultar em dor, instabilidade do ombro, sensação de insegurança e diminuição da força muscular, comprometendo a funcionalidade do braço.
Esta condição é particularmente prevalente entre atletas que se engajam em esportes com exigências de movimentos repetitivos do ombro ou com cargas elevadas (CrossFit e musculação principalmente).
Além disso, pessoas com predisposição a ligamentos mais frouxos ou que sofreram lesões prévias, incluindo luxações ou fraturas no ombro, enfrentam um risco elevado de desenvolver instabilidade.
A recorrência de episódios de instabilidade do ombro pode induzir um ciclo de desgaste progressivo nas cartilagens da cabeça do úmero e da glenóide.
Este processo acelera a degeneração articular, podendo levar a condições mais graves.
Se você quer entender se a instabilidade no ombro pode piorar, acesse esse artigo em nosso site!
Inicialmente, é preciso explicar que, caso o cisto no ombro não cause dor, seu tratamento ou não irá depender da causa subjacente.
Por exemplo, caso identifiquemos um cisto assintomático que ocorra devido a degeneração natural da articulação por conta do envelhecimento, podemos somente acompanhar o quadro, sem intervir.
Contudo, caso o cisto seja grande, cause compressão dos nervos com sintomas no paciente e/ou esteja associado a condições de instabilidade, deveremos adotar algumas estratégias.
Em linhas gerais, será necessário drenar o cisto, além de reparar a lesão que o originou através da artroscopia do ombro.
Realizamos a artroscopia através de pequenas incisões na articulação, por onde é inserida uma câmera para visualizar as lesões do ombro.
Utilizando essas pequenas aberturas, efetuamos o reparo das lesões que causaram o cisto, além de drená-lo e restaurar as estruturas lesionadas.
Este método cirúrgico é considerado seguro, resulta em cicatrizes mínimas e possui um período de recuperação relativamente curto.
Se você quer saber se a artroscopia precisa de internação e entender mais detalhes do procedimento, acesse esse artigo em nosso blog!
É importante observar a relevância de realizar um diagnóstico preciso quando o paciente possui um cisto paralabral no ombro, pois isso fará toda diferença em qual tratamento adotaremos.
Como vimos, muitas vezes, o cisto no ombro está associado à instabilidade, que demanda tratamento.
Então, será fundamental analisar a localização e a gravidade da lesão, bem como as necessidades específicas do paciente em relação ao uso do ombro, especialmente no que diz respeito à realização de exercícios físicos e à necessidade de força na articulação.
Com base nessas informações, podemos optar por um tratamento não invasivo, que pode incluir o uso de medicamentos anti-inflamatórios, sessões de fisioterapia, e uma pausa nas atividades que provocaram a lesão.
Contudo, em situações onde há subluxações crônicas ou recorrentes, a intervenção cirúrgica pode se fazer necessária, principalmente porque tais lesões podem levar a danos mais severos nas estruturas vitais da articulação.
Nesse caso, novamente recorremos à artroscopia do ombro, uma técnica cirúrgica pouco invasiva.
É importante salientar que sentir qualquer tipo de incômodo ou alteração no ombro não é normal.
Portanto, se você estiver enfrentando esses desconfortos, busque a orientação do ortopedista especializado em ombro.
Em nossa clínica, oferecemos acompanhamento completo ao paciente, em caso de dúvida, agende uma consulta!
Dr. Guilherme atende em consultório particular como ortopedista de Ombro e Cotovelo e Especialista em Terapias da Dor no Hospital Albert Einstein Perdizes e na Clínica SEBE, Vila Mariana.
Além disso, atua no atendimento de urgências no Hospital Albert Einstein e realiza cirurgias nos Hospitais Sírio-Libanês, São Luiz - Rede D'Or e São Camilo.
Luis Fernando, via Google
Eu agradeço a Deus por ter feito a cirurgia com o Dr Guilherme, eu passei com 3 médicos e nenhum outro me passou a confiança e qual era realmente o problema que tinha no meu ombro direito.
R. Mendonça, via Google
Sou esportista e há 8 meses estou com uma lesão no ombro e cotovelo esquerdo em decorrência do trabalho, busquei cuidados com outro profissional, mas não houve êxito no tratamento.
Célio Pires, via Google
O doutor Guilherme é muito atencioso e tirou todas as minhas dúvidas em relação ao diagnóstico e o tratamento da minha lesão. Revisou o meu treino da academia e ajudou a adaptar os movimentos. Sem apressar a consulta.
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