À medida que envelhecemos, nosso corpo passa por diversas mudanças que podem aumentar a vulnerabilidade a determinadas lesões, incluindo a rotura do manguito rotador.
Lembrando que essa estrutura é composta por um grupo de quatro músculos e seus tendões que envolvem a articulação do ombro.
Estes músculos são o subescapular, supraespinhal, infraespinhal e redondo menor.
Além de proporcionar estabilidade, o manguito rotador permite a realização de inúmeros movimentos do ombro, como rotação e elevação do braço.
Porém, com o avanço da idade, as estruturas que compõem essa região tornam-se mais suscetíveis a danos devido a fatores como a perda de colágeno, diminuição da massa muscular, diminuição da vascularização e ainda o crescimento de um osso (o acrômio) que passa a entrar em choque mecânico contra o manguito.
Acompanhe neste artigo!
Para entender essa patologia, precisamos conhecer os dois principais perfis de indivíduos afetados.
O primeiro perfil inclui aqueles com uma alteração anatômica.
Algumas pessoas possuem um conflito anatômico, como um osso mais pontudo ou um tendão geneticamente mais fraco.
Nesses casos, a predisposição familiar é evidente, com pais ou avós que tiveram lesões precoces, indicando uma tendência genética.
Inclusive, essas pessoas podem sofrer lesões e roturas precocemente, não necessariamente em idades mais avançadas.
O segundo grupo, que compõe a grande maioria, são aquelas com maior idade, normalmente acima de 50 anos.
Nestes casos, os fatores associados ao envelhecimento são os principais responsáveis pela lesão do manguito rotador.
O tendão compõe-se aproximadamente por 70% de colágeno, excluindo a parte de água.
Com o passar do tempo, há uma perda na qualidade e na quantidade de colágeno, resultando em menor elasticidade e resistência do tendão.
Assim, a tendência é que o manguito rotador se torne cada vez mais fraco, menos elástico e mais sujeito a roturas.
Isto facilita a ocorrência de lesões que, em pessoas mais jovens, não ocorreriam tão facilmente.
Por exemplo, mesmo um leve impacto ou esforço pode causar a rotura do tendão supraespinhal em indivíduos mais fragilizados pelo envelhecimento.
Portanto, manter a qualidade do colágeno no corpo é vital para reduzir o risco de rotura do manguito rotador.
Isto pode ser feito através da manutenção do trofismo muscular com atividades físicas específicas e direcionadas à longevidade, fortalecimento e alongamento.
Estas medidas ajudam a manter a vascularização dos tendões também - outro fator determinante da fragilidade do tendão e que tende a ter grande acometimento com o envelhecimento.
Outro aspecto interessante é o próprio crescimento do acrômio que com o passar dos anos, pode se tornar cada vez mais pontudo e curvilíneo em algumas pessoas e culminando com a síndrome do impacto subacromial.
E se você quer entender melhor por que treinar o manguito rotador e qual a maneira correta de executar os movimentos, acesse esse artigo em nosso blog!
Os tendões do manguito rotador podem sofrer lesões que são geralmente classificadas como roturas transfixantes ou roturas parciais.
Compreender a diferença entre esses tipos de lesões é fundamental para determinar o tratamento adequado.
A principal diferença entre esses tipos de lesões é a extensão do dano ao tendão.
Na rotura transfixante (completa), há um rompimento total do tendão, resultando em uma abertura completa no tecido.
Já na rotura parcial, o tendão é danificado apenas em parte de sua espessura, sem formar uma abertura completa no tecido.
Ademais, é importante notar que as roturas parciais podem ser superficiais ou profundas, dependendo da gravidade da lesão.
No nosso blog, temos um artigo completo sobre as diferenças entre rotura parcial e rotura transfixante do manguito rotador, acesse para entender melhor!
As roturas parciais profundas se comportam de maneira semelhante às roturas completas ou transfixantes em termos de sintomas e tratamento.
Por isso, o tratamento não cirúrgico é mais desafiador nesses casos (roturas parciais profundas e roturas completas/transfixantes).
A maior parte dos pacientes se beneficia enormemente do tratamento NÃO CIRÚRGICO que acaba sendo a principal indicação.
Este tratamento pode incluir mudança de alguns hábitos (como o jeito de dormir, o sedentarismo, etc) e procedimentos de medicina regenerativa que visam a melhora da cicatrização da lesão como o uso de plasma rico em plaquetas (PRP) ou células tronco (BMA) aplicadas diretamente na região da lesão associada ou não ao ácido hialurônico a depender de cada tipo de lesão e de cada paciente.
Outras opções incluem ainda neuromodulação (controle da dor através da reprogramação dos nervos do ombro) e outras técnicas de tratamento de dor crônica.
Já o reparo do manguito rotador (cirurgia) em idosos é diferente daquele realizado em pacientes mais jovens. Além de ser muito menos frequentemente indicado, aplicamos técnicas menos agressivas e de rápida recuperação.
Como vimos, com o envelhecimento, as estruturas do ombro perdem o colágeno, resultando em menor flexibilidade nas articulações.
Além disso, há uma perda de massa muscular com a idade, diminuindo a quantidade de tecido, número e tamanho das fibras musculares.
A cartilagem articular também se torna mais fina e seus componentes que fornecem resistência são alterados.
Portanto, ao reparar essas estruturas mais frágeis, precisamos preservar as partes ainda intactas, minimizando a tensão e sobrecarga nas áreas desgastadas.
Não é suficiente apenas realizar as suturas e reparos necessários, pois há uma alta chance de cicatrização inadequada e recorrência da lesão.
O ideal é buscar um tecido de melhor qualidade no próprio organismo do paciente para o reparo do manguito rotador, o que varia de acordo com cada indivíduo e deve ser abordado de forma personalizada.
Geralmente, realizamos a cirurgia do manguito rotador por artroscopia, um método minimamente invasivo que trata diversas patologias do ombro com eficiência e mínima agressão ao corpo.
A reabilitação após a cirurgia em idosos também é diferenciada e deve ser gradual.
A recuperação dos movimentos deve ser rápida, respeitando os limites do paciente e o tempo necessário de imobilização.
Dessa forma, a reabilitação deve começar nas primeiras semanas após a cirurgia, sendo fundamental para a recuperação do paciente.
Se você quer saber mais sobre o tempo de recuperação da artroscopia no ombro, acesse esse artigo em nosso site!
Reforçamos que, quanto mais rapidamente você começar um tratamento adequado, melhores serão as chances de um bom resultado.
Portanto, ao suspeitar de uma lesão no manguito rotador, marque uma consulta com o especialista em ombro o quanto antes.
Não é porque você já tem uma idade avançada que deve viver com dor e prejuízo nos movimentos! Busque sempre ter uma maior qualidade de vida e bem-estar!
Dr. Guilherme atende em consultório particular como ortopedista de Ombro e Cotovelo e Especialista em Terapias da Dor no Hospital Albert Einstein Perdizes e na Clínica SEBE, Vila Mariana.
Além disso, atua no atendimento de urgências no Hospital Albert Einstein e realiza cirurgias nos Hospitais Sírio-Libanês, São Luiz - Rede D'Or e São Camilo.
Luis Fernando, via Google
Eu agradeço a Deus por ter feito a cirurgia com o Dr Guilherme, eu passei com 3 médicos e nenhum outro me passou a confiança e qual era realmente o problema que tinha no meu ombro direito.
R. Mendonça, via Google
Sou esportista e há 8 meses estou com uma lesão no ombro e cotovelo esquerdo em decorrência do trabalho, busquei cuidados com outro profissional, mas não houve êxito no tratamento.
Célio Pires, via Google
O doutor Guilherme é muito atencioso e tirou todas as minhas dúvidas em relação ao diagnóstico e o tratamento da minha lesão. Revisou o meu treino da academia e ajudou a adaptar os movimentos. Sem apressar a consulta.
Dr Guilherme Noffs - CRMSP 144245 - Este site obedece as orientações do Conselho Federal de Medicina e do Código de Ética Médica, que proíbe a apresentação de fotos de pacientes, resultados ou procedimentos. As informações nele contidas podem variar conforme cada caso e representam apenas uma ideia genérica do atual estágio das técnicas apresentadas, não substituindo, em hipótese alguma, uma consulta médica tradicional e muito menos representando promessas de resultados.