Quer entender mais sobre como tratar a síndrome do impacto? Esta é uma condição que gera dor e pode causar lesões no manguito rotador do ombro devido a uma alteração nas estruturas da região e neste texto falaremos mais sobre o assunto.
A síndrome do impacto no ombro é resultado de um conflito mecânico que envolve as estruturas ósseas e ligamentares da região, além da bursa e dos tendões do manguito rotador.
As opções de tratamento vão desde abordagens mais conservadoras, como repouso e reeducação dos movimentos, até a indicação de cirurgia para corrigir as anormalidades.
O que é a síndrome do impacto?
A síndrome do impacto é uma condição que, normalmente, ocorre devido a uma alteração da estrutura anatômica na região do acrômio.
O acrômio é o último osso depois da clavícula e alguns pacientes possuem a parte que está debaixo dele mais pontuda ou mais lateralizada (acrômio ganchoso ou curvo).

Assim, quando este indivíduo executa um movimento amplo, principalmente com os braços acima da cabeça, ocorre um impacto mecânico do tendão supraespinhal com o arco coracoacromial (osso + ligamentos), resultando em bursite subacromial.
Inclusive, com o passar do tempo o paciente pode sofrer uma lesão com rompimento do tendão supraespinhal.
Além disso, esse tipo de impacto pode levar até mesmo à lesão de outras estruturas do manguito rotador, grupo muscular do qual o tendão supraespinhal faz parte.
Causas e sintomas
Geralmente, a síndrome do impacto atinge pessoas com idade entre 35 e 60 anos, mas pacientes mais jovens também podem ficar sujeitos a esse problema.
Ademais, é comum que esportistas profissionais ou amadores desenvolvam essa condição, desde que o tipo de atividade inclua a movimentação ampla dos braços de forma repetitiva.
Além da anormalidade na formação do acrômio, algumas outras circunstâncias também colaboram para esse tipo de problema, como:
- Desgaste natural pelo envelhecimento;
- Traumas na região;
- Uso excessivo de movimentos dos braços acima da cabeça;
- Degeneração da musculatura local.
Em relação aos sintomas, o paciente pode sentir uma dor persistente no local, sobretudo quando é preciso realizar movimentos amplos com os braços e elevá-los além da cabeça.
Assim, o grau de intensidade da dor varia de acordo com o nível de inflamação.
A pessoa também pode ficar limitada nos movimentos ou sentir uma fraqueza muscular ao tentar executar tarefas comuns.
Como fazemos o diagnóstico da síndrome do impacto?
No consultório, existem diversas manobras que podemos realizar para identificar a presença e também a intensidade da doença.
Após um exame físico minucioso, podemos verificar qual é o grau da patologia do paciente.
Além disso, exames de imagem, como radiografias, ultrassonografias e tomografias, irão auxiliar para que cheguemos a um diagnóstico exato.
Assim, será possível verificar quais são as dimensões das alterações e se existem outros problemas associados, como:
- Lesões nos tendões;
- Esporões ósseos;
- Conflitos ligamentares (arco coracoacromial);
- Bursite;
- Tendinite;
- Artrose acromioclavicular.
A partir de um diagnóstico correto, poderemos partir para a contenção do problema e minimização da dor. Além disso, iremos definir pelo uso de métodos conservadores de tratamento ou pela cirurgia.
Como tratar a síndrome do impacto?
O tratamento da síndrome do impacto dependerá do nível da lesão que o paciente apresenta.
Inicialmente, costumamos recorrer a medidas conservadoras para tratar o problema.
Então, indicamos ao paciente diminuir a execução de movimentos com os braços elevados.
Ou seja, tanto as tarefas do dia a dia, como os movimentos realizados durante a atividade física, precisam ser limitados à altura dos ombros para não gerar estresse na região.
Algumas opções de tratamento incluem:
- Repouso;
- Reeducação dos movimentos;
- Compressas de gelo e o uso de anti-inflamatórios;
- Tratamento com infiltração;
- Fisioterapia;
- Fortalecimento muscular da região.
No entanto, existem algumas condições que tornam a cirurgia necessária, por exemplo:
- Lesão grave;
- Alteração anatômica intensa;
- Ruptura do tendão;
- Sintomas que não melhorem com o tratamento conservador.
Nestes casos, a cirurgia por artroscopia é a melhor alternativa para lidar com o problema.
Artroscopia para síndrome do impacto
A artroscopia é um procedimento no qual utilizamos uma pequena câmera e algumas ferramentas para realizar os reparos necessários nas estruturas afetadas na região do ombro.
É uma cirurgia minimamente invasiva, que demanda a execução de pequenos furos na pele (aproximadamente 1 cm).
Então, nos casos da síndrome do impacto, fazemos a descompressão do ombro (retirar estruturas ósseas pontudas e em conflito com os tendões) e os reparos necessários nas estruturas danificadas (tendões, bursite, etc).
Em linhas gerais, buscamos arredondar a parte mais ganchosa do acrômio para que não ocorra mais o conflito com as outras estruturas. Assim, o paciente terá movimentos saudáveis, sem risco de lesão ou dor.
Inclusive, a recuperação após a artroscopia é muito mais rápida em comparação a cirurgia comum.
Após o procedimento, indicamos atividades de fortalecimento muscular para completa reabilitação do paciente.
Optar pelo tratamento adequado da síndrome do impacto é fundamental para que o indivíduo recupere sua qualidade de vida.
Por isso, caso você sinta dificuldade para movimentar o ombro ou dor no local, procure o ortopedista imediatamente para discutir a melhor forma de tratamento para o seu caso.
Conheça o Dr. Guilherme Noffs
Dr. Guilherme atende em consultório particular como ortopedista de Ombro e Cotovelo e Especialista em Terapias da Dor no Hospital Albert Einstein Perdizes e na Clínica SEBE, Vila Mariana.
Além disso, atua no atendimento de urgências no Hospital Albert Einstein e realiza cirurgias nos Hospitais Sírio-Libanês, São Luiz - Rede D'Or e São Camilo.