Você quer saber por que a epicondilite lateral acontece?
A epicondilite lateral é uma condição que ocorre na região do cotovelo e afeta os tendões responsáveis pelos movimentos de extensão do punho e dos dedos.
Ela ocorre devido à sobrecarga ou repetição excessiva de movimentos que envolvem o uso desses tendões sem tempo suficiente para sua recuperação, resultando em microlesões que desencadeiam dor e inflamação na região externa do cotovelo.
Embora seja comum em atletas que praticam esportes de raquete, a condição também pode afetar pessoas que realizam atividades manuais repetitivas, como digitação, carpintaria ou levantamento de peso.
Portanto, entender as causas por trás da epicondilite lateral é essencial para prevenir seu surgimento e tratar a lesão de maneira eficaz.
Por que a epicondilite lateral acontece?
A epicondilite lateral, também conhecida como cotovelo de tenista, caracteriza-se por uma dor na região externa do cotovelo, que ocorre principalmente ao pegar ou agarrar algum objeto.
Para entender a epicondilite, vamos explicar como é a estrutura desta região.
A área do cotovelo serve como ponto de inserção para quatro tendões que vêm do punho e dos dedos.
Esses tendões são responsáveis pelos movimentos dessas estruturas, participando de praticamente todas as atividades em que precisamos agarrar algo.
Ou seja, essa região do cotovelo funciona como uma ancoragem para os tendões e músculos envolvidos nessas movimentações.
Diante dessa anatomia, fica mais fácil compreender o motivo pelo qual movimentos repetitivos ou de alta intensidade, como agarrar algo com frequência ou força, pode desencadear a epicondilite lateral.
Em linhas gerais, isso ocorre em esportes como tênis, crossfit e musculação, que são exemplos comuns de atividades nas quais observamos o desenvolvimento dessa condição.
Isto porque, durante essas práticas, as pessoas frequentemente precisam segurar halteres, raquetes, barras ou outros objetos, submetendo a estrutura do cotovelo a esforços repetitivos e intensos.
Esta sobrecarga impede que a região tenha tempo suficiente para se recuperar e se adaptar, o que leva à lesão.
Outro fator importante é que a epicondilite lateral costuma ocorrer no membro dominante.
Além de atividades esportivas, movimentos cotidianos, como o uso do mouse, teclado ou qualquer tarefa que envolva força de extensão do punho e dos dedos, também podem contribuir para o desenvolvimento da lesão.
Quer conhecer a relação entre epicondilite lateral e computador? Acesse esse artigo em nosso blog!
É preciso saber que, além da dor, o paciente pode apresentar redução de força na mão, rigidez e dificuldade para estender completamente o cotovelo.
À medida que a condição progride, os sintomas da epicondilite lateral do cotovelo tornam-se mais severos.
Dessa forma, é essencial buscar ajuda médica assim que os primeiros sinais surgirem para evitar o agravamento do quadro.
Epicondilite lateral: será que preciso parar de treinar?
Em geral, não!
Se você está enfrentando epicondilite lateral e pratica atividades físicas, não é necessariamente preciso interromper os treinos, mas sim adaptar sua rotina para evitar o agravamento dos sintomas.
Como essa condição tende a piorar com movimentos de agarre, algumas estratégias podem ser muito eficazes.
O uso de acessórios, como presilhas que estabilizam o punho, pode ajudar a manter a posição adequada durante exercícios como puxadas, reduzindo a sobrecarga nos tendões e aliviando as dores.
Além disso, é fundamental avaliar os exercícios que compõem sua rotina e substituir aqueles que exigem maior esforço de extensão do punho por um período.
Revisar sua técnica e corrigir movimentos inadequados também é essencial para prevenir a piora da lesão.
Outro ponto importante é ajustar fatores como a execução dos movimentos, o uso de cargas adequadas, o fortalecimento dos músculos envolvidos e a inclusão de alongamento e períodos de descanso suficientes.
Quando essas adaptações são feitas corretamente, os exercícios não apenas deixam de ser prejudiciais, mas podem se tornar aliados no processo de recuperação, promovendo o fortalecimento controlado da região afetada.
Entretanto, lembramos que é fundamental que essas mudanças no treino sejam acompanhadas por um tratamento direcionado para a epicondilite lateral, que pode incluir fisioterapia e outras intervenções.
Quais são as principais opções de tratamento para essa condição?
Uma abordagem inicial para tratar a epicondilite lateral envolve repouso, permitindo que a região afetada se recupere sem ser sobrecarregada.
Compressas também são úteis, especialmente as frias, para aliviar a inflamação e a dor, podendo ser alternadas com compressas quentes em alguns casos.
Outra opção em situações de dor intensa é a infiltração com medicamentos anti-inflamatórios, que oferecem alívio temporário.
No entanto, essa abordagem deve ser acompanhada por reabilitação adequada, já que a infiltração por si só não promove a regeneração do tendão e tem efeitos limitados a curto prazo.
Um tratamento mais avançado inclui a aplicação de técnicas de medicina regenerativa incluindo o PRP (plasma rico em plaquetas) e as células mesenquimais ou células tronco, além do ácido hialurônico que auxilia na regeneração de tecidos colágenos, como os tendões do cotovelo.
Essa técnica costuma apresentar bons resultados após algumas semanas, especialmente quando combinada com fisioterapia.
Para conhecer melhor a infiltração no cotovelo para epicondilite lateral, acesse esse texto em nosso site!
Também podemos indicar o uso de órteses para proteger a área afetada e facilitar a recuperação, muitas vezes em conjunto com outras abordagens.
Isso vale principalmente para pessoas que praticam esportes ou atividades que exigem movimentos repetitivos.
Por fim, em casos mais graves, quando há lesões extensas ou quando os tratamentos conservadores não apresentam resultados satisfatórios após meses, podemos recorrer à cirurgia (muito raramente necessária).
Realizamos a cirurgia para epicondilite lateral por via aberta ou menos invasiva.
Assim, visamos reparar as estruturas danificadas, eliminar tecidos cicatriciais e recuperar a função do cotovelo.
Reforçamos que, com o tratamento adequado, seja ele conservador ou cirúrgico, é possível alcançar uma recuperação completa, garantindo que o paciente retome suas atividades sem dor ou limitações.
Portanto, caso você perceba os sintomas relacionados à epicondilite lateral e tenha dúvidas sobre o melhor caminho a seguir, agende uma consulta com o especialista em cotovelo o quanto antes!
Conheça o Dr. Guilherme Noffs
Dr. Guilherme atende em consultório particular como ortopedista de Ombro e Cotovelo e Especialista em Terapias da Dor no Hospital Albert Einstein Perdizes e na Clínica SEBE, Vila Mariana.
Além disso, atua no atendimento de urgências no Hospital Albert Einstein e realiza cirurgias nos Hospitais Sírio-Libanês, São Luiz - Rede D'Or e São Camilo.
